Opinião: Música - cultura educacional _________________________

Não é de agora que a música brasileira vem sofrendo baixas inestimáveis em sua qualidade, mas focar o assunto para a nossa realidade educacional é mais do que uma coerência, é uma necessidade.
Para se fazer sucesso no Brasil, a pessoa ou banda precisa se adequar aos novos tempos, onde quem dita o ritmo são as gravadoras, cujo interesse é estritamente o lucro. Para conseguir o lucro desejado, é preciso cair no gosto popular, no gosto das massas, que, em sua maioria, têm afinidade com o pagode, o sertanejo, o samba, o brega e o axé. A questão é: por quê atualmente se vende tanto lixo e todos aceitam na maior tranqüilidade?
A pergunta é complexa, mas a resposta parece surgir dos prórprios locais de onde os emergentes a bandas/cantores de sucesso estão saindo: do próprio povão. A tendência é o povo ouvir o povo, a massa querer a massa. Até aí, nada demais, se estivessemos falando de qualquer outro país que não o Brasil.
Acontece que, por não possuir uma educação de qualidade, o Brasil é uma fábrica de lixo musical. É fácil constatar que o problema não está no povo, e sim na educação que ele recebe. Não é questão de criatividade, falta de afinidade ou aversão ao bom gosto. É apenas uma questão educacional, vem da nossa cultura.
Vejo com bons olhos as propostas de Cristovam Buarque (candidato à presidência - PDT) acerca da melhoria da qualidade de ensino. Não é um panfletagem. Acredito que, independente de quem for eleito em outubro, sua prioridade deveria ser a educação. Apenas educando se mudam conceitos, quebram-se tabus, se estrutura uma cultura.
A música brasileira sofreria uma metamorfose completa com uma qualificação da educação.
A mudança, logicamente, não seria sentida por nossa geração. Mas acredito que, daqui há 30, 40 anos, nosso netos e bisnetos estarão muito bem de gosto musical.
È preciso uma revolução pela educação.

E você, concorda comigo?